Apesar de ter lido a grande maioria dos clássicos exigidos no vestibular e considerados essenciais pelos meus antigos mestres em Língua Portuguesa, sei que o caminho para isso não é fácil. Só me abri à possibilidade de um Machado de Assis porque em determinado momento da minha vida li Asterix, e muitos Sidneys Sheldons e Agathas Christies.
Antes de um professor exigir José de Alencar, por que não sugerir “Assassinato no Expresso do Oriente”, de Agatha Christie?
Como disse, não sou especialista e sequer um pedagogo. Sou um jornalista. E como tal, ou melhor, para tal, precisei ler muito. O gosto pela leitura foi algo construído ao longo dos anos, inicialmente com os quadrinhos de Uderzo e Goscinny, e depois com os chamados Best Sellers de autores como Sidney Sheldon e John Grisham.
Muitos intelectuais esnobes omitiriam esse trajeto menos nobre do seu caminho literário. Porém, não me envergonho de ter chegado aos clássicos, e à Literatura com L maiúsculo, por meio do entretenimento que aquela leitura mais leve me proporcionou.
É muito provável que as nossas crianças e adolescentes teriam um repertório melhor se aquele professor chato de Português começasse a incentivar a leitura de alguns Best Sellers. Só depois de preparado o solo é que se pode arriscar cultivar nele.
E para começar a sugerir leituras leves e cativantes, que podem fazer o leitor pegar gosto pela coisa, vou citar uma autora que escreveu mais de uma centena de obras, entre romances, contos e peças de teatro.
A “Dama do Crime”, Agatha Christie, nasceu na Inglaterra em 1890. Até sua morte, em 1976, escreveu oitenta romances policias, algumas coleções de pequenos contos, dezenove peças de teatro e seis romances sob o nome de Mary Westmacott. Seus livros venderam mais de dois bilhões de cópias no mundo todo, algo inferior apenas à Bíblia. Acreditem, essa mulher vendeu mais do Shakespeare.
As obras de Christie foram adaptadas em 25 ocasiões para o cinema, tendo, inclusive alcançado considerável sucesso em “Assassinato do Expresso do Oriente”, de 1974 (clique aqui para ver a ficha técnica do filme). A peça de teatro mais encenada na história, com cerca de 25 mil apresentações é dela, de Agatha Christie, chama-se “A Ratoeira” e está em cartaz desde 1952.
Incrível o que uma “autorazinha” de romances policiais pode fazer, não é, meus caros intelectuais esnobes!?
Mesmo tendo lido quase todos os seus livros, ainda volto aos crimes de Agatha Christie de tempos em tempos, para pegar ritmo de leitura. O jeito com que essa inglesa escrevia é muito cativante, e nos prende à trama. Alguns de seus personagens são impagáveis, como o detetive belga Hercule Poirot (pronuncia-se Ércúli Puarrô) e seu fiel e confiante amigo, Capitão Hastings.
Por esses e outros motivos, hoje estou incentivando a leitura dos Best Sellers e de outras tantas literaturas menosprezadas pelos intelectuais. Comece pequeno, com os curtos livros de Christie, ou mesmo com as tramas fantásticas de Sidney Sheldon. Apenas leia! Quem sabe em breve poderemos discutir algo mais denso como “A Odisséia”, “Dom Quixote” etc.
Ah, e para os interessados, clique aqui e veja a lista com todos os títulos da autora citada.
3 Comentários:
Tomei gosto pela leitura lendo Turma da Mônica, Tintim, Asterix e quadrinhos Marvel. Além de abrir portas, acho o humor do Asterix extramente inteligente. Muito bacana a relação e penso igual.
Abs
aêeeee romano!! add o blog lá no coletivo, o meu blog! vamo que vamo!
Oi Romano,
acho que não é só porque é um best seller que tem que ser ruim, e acho bacana trabalhar em escolas com alguns deles. Por exemplo, harry potter pode ser um ótimo gancho para ensinar às crianças questões como preconceito e tolerância.
Agora, a gente não pode deixar de ensinar os clássicos nas escolas, né?
abs
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