
Se música fosse poesia o Cash era Byroniano, daria a mão pro Alvarez de Azevedo e ia musicar a Lira dos Vinte Anos, não pela forma, mas pelo conceito. No Romantismo o Alvarez de Azevedo é da terceira geração não por acaso, mas porque antes dele duas gerações foram aperfeiçoadas na arte do sofrer, só que os outros disfarçavam melhor, uns falando de índios outros falando da infância e de escravos. Por isso o Azevedo era o cara, a dor de corno dele foi a maior de todas,e ele não escondia isso, era tão grande que ele queria morrer . E conseguiu. O cara já era tuberculoso e ainda caiu do cavalo pra morrer de tumor . Quem escreve Lira dos Vinte Anos está no estágio zero da dor de amor, o estágio mais irracional, que termina em homicídio, suicídio ou nos dois. E o Cash passou perto, já tava largado e viciado, falido e na sarjeta, quando foi salvo pelo seu amor. Uma fábula urbana que durou até 2002. Cash não foi um guitar hero, mas sim o mais romântico herói do rock.

Se se morre de amor ? Sim se morre . Foda-se o Gonçalvez Dias, ele tava errado. Olha o Cash
Depois de vinte anos de sofrimento para conseguir um pouco de poesia Johnny realmente “andou na linha” e após se casar com June Carter, seu grande amor, viveu com ela até a morte. Ela morreu e quatro meses depois ele morreu. O médico pode falar o que quiser, que foi diabetes ou a tal Síndrome de Shy-Dragger, mas o cara morreu de amor.
Vale a pena conferir o filme e a discografia . Rock de primeira qualidade com uma pegada country e um vocal poderoso e inconfundível.
1 Comentário:
Acho que Cash tinha um puta potencial subversivo (but those people keep a movin, and that's what tortures me) que foi desperdiçado, ou perdido em meio a carter, country ou as drogas... é um som legal, mas meio datado.
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