Previously on Lost.......
O que dizer sobre Lost ?
Indiscutivelmente um produto de mass media, feito em cima de clichês e baseado em um roteiro duvidoso. Um avião cai em uma ilha que além do ambiente paradisíaco tem escotilhas, ursos polares, cientistas, um predador misterioso e muitas coisas estranhas.
Os personagens são previsíveis . Na verdade previsivelmente encantadores. Todos com uma história de superação digna da novela das oito. Mas quer saber ?
O que há de mal nisso ?
"A Tiger never changes it´s stripes..."
Sawyer um anti-heroi clássico, quase caricato, mas impossível não torcer pro cara.
Decidi dar espaço nesse blog ao vicio chamado Lost. Depois de assistir aos 24 episódios da segunda temporada em menos de cinco dias, engoli o orgulho e em vez de postar algo sobre filmes que quase ninguém vê e livros que ninguém lê, decidi chutar a aura cult no saco. Sim porque existe uma falsa aura, um falso intelectualismo que diz que quem gosta de filme europeu não pode gostar de blockbuster, quem lê Eco não pode ler as tirinhas do Calvin, quem ouve Belle and Sebastian não pode ouvir Ramones. Um preconceito como qualquer outro e as vezes me bate um espírito revolucionário de mandar tudo a merda.
Sim eu gosto da trilogia das cores do Krzystof Kieslowski, e do mesmo jeito eu gosto de Lost. A diferença entre apreciar um bom vinho e uma boa cerveja não faz com que eu pare de beber um ou outro.
A receita de Lost é impecável, assim como sua produção. Um enredo simples, porém curioso, personagens quase caricatos mas infalíveis: o herói bonzinho, o anti-herói apaixonante, a mocinha sofredora, o sábio misterioso, todos eles interligados pela trama de redenção, sangue e lagrimas e nós os espectadores caindo como patinhos. Tudo no script.
Da mesma forma gostaria de abrir espaço para o ótimo livro “ The Kite Runner” de Khaled Hosseini. O livro traduzido para nós como “O Caçador de Pipas” é o chamado livro do momento, aquele que todo mundo lê porque todo mundo está lendo. E surpreendentemente a deliciosa leitura do livro não perde em conteúdo e se mostra um agradável passeio sobre a cultura do Afeganistão e sobretudo um olhar curioso sobre os relacionamentos familiares, a honra e a amizade. A força das personagens e das situações garantem uma leitura fácil, e apesar de previsível, o livro não se perde em demagogia política barata, nem na morosidade de Virginia Wolf ou no chove e não molha de Eça de Queiroz. Obviamente que não quero aqui comparar monstros sagrados da literatura com autores pré-fabricados por um Best Seller, mas simplesmente não consigo ler Rumo ao Farol até o fim e muito menos simpatizar por Os Maias ou O Primo Basílio terem quinhentas páginas de tédio cada, enquanto O Caçador de Pipas me garantiu um bom final de semana de leitura.
Olhos abertos pois o livro está sendo adaptado para o cinema por Sam Mendes, diretor de Beleza Americana.
Não esperem nos próximos posts análises sobre as letras do Calipso ou discussões sobre as personagens de Manoel Carlos em Páginas da Vida, que isso daqui não é a casa da mãe joana e “cultura” de massa tem limite.....
Restam três
Há 10 anos
2 Comentários:
"O Caçador de Pipas" valeu pela dica
ow fino, faço ressalvas para dizer que Eça de Queiroz é muito bom!
Ou pelo menos eu acho extremamente agradável...
Quanto a Lost, bom é phoda cara!
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