quarta-feira, julho 15, 2009

Bernard Cornwell


Já faz algum tempo que ensaio escrever um texto sobre este autor. Relutava, admito, pois muitos não o considerariam incluído na alta-literatura. Porém, não sou de deixar uma boa leitura de lado.

Anteriormente afirmei que Best-sellers poderiam ajudar as pessoas a criar gosto pela leitura. E, pois bem, sem preconceito, vamos falar de Bernard Cornwell.

Primeiramente ele não é um Best-seller do tipo Sidney Sheldon ou, para os mais novos, Dan Brown. Ele é um escritor talentoso e que, graças a um bom senso latente - e uma paixão incontida pela história inglesa –, embasa seus romances em pesquisas históricas. Ou seja, a categoria certa para enquadrar os livros de Cornwell seria a de Romances Históricos.

Conheci esse autor britânico em 2005, com a leitura de Excalibur, terceiro livro da série As Crônicas de Arthur. Sempre tive uma tendência à música britânica e a autores britânicos, então, gostar de histórias a respeito de Arthur, Merlin, druidas, Avalon e etc, era um caminho lógico. Mas além do tema interessante, Cornwell me surpreendeu ao ter uma prosa fluente e ao mesmo tempo rica em detalhes, sabendo balancear bem momentos densos e batalhas sangrentas.

Sangrentas sim! Pois ao contrário de relatos mistificados de celtas fazendo feitiços, de uma Atlântida ressurgida, ou de brilhantes armaduras e cavaleiros honrados, o autor britânico nos apresenta feiticeiros tribais com cabelos espetados com estrume, paredes de escudos violentas e um Arthur que não é rei.

Camelot? Mera lenda. A Távola Redonda? Uma coincidência. O herói Lancelot? Usurpador e covarde.

Nascido em Londres, em 1944, Bernard Cornwell não se tornou um dos mais importantes escritores da Grã-Bretanha fantasiando com seus personagens. É claro que considerando suas obras dentro da ficção, tudo é uma fantasia. Mas você me entendeu. Com base em relatos da época (escritores medievais) e em pesquisas de historiadores atuais, é possível entrever que o mundo descrito por Cornwell é o mais próximo da realidade daqueles tempos.


E não só Arthur. Afinal, mesmo os especialistas não chegam à conclusão alguma sobre a existência ou não do líder Arthur.

No momento estou lendo a série Crônicas Saxônicas. Mais uma vez a Inglaterra como palco de suas obras. O personagem principal é Uthred, um exilado da Nortúmbria entre os dinamarqueses que invadiam as ilhas britânicas no século IX. Uma série de quatro livros, cujos dois primeiros devorei rapidamente, e a qual tem como pano de fundo a luta do rei Alfredo, de Wessex, contra a horda nórdica decidida a dominar toda a Inglaterra.



Também interessante é o livro Stonehenge, que narra uma possível história sobre a origem do famoso círculo de pedras ao sul da Inglaterra. O enredo se desenrola sobre as vidas de três irmãos muito diferentes e que, no decorrer do texto hábil de Cornwell, descortinam os valores e as crenças do povo que habitava a Grã-Bretanha na Idade do Bronze.

Por fim, talvez tenha sido mais um relato admirado do que um texto objetivo sobre um autor, mas não podia deixar de recomendar a leitura de Bernard Cornwell ao internauta que passar pelo LTBML. Ele produz aquele tipo de livro do qual você só desgruda quando termina de ler, e sempre espera pelo próximo. Por sorte, há séries bem longas, como a intitulada Tigre de Sharpre, que se ambienta na colonização inglesa na Índia – esta com 20 livros. E, para aqueles que não gostam muito de ler, sugiro baixar na Internet os filmes de TV a respeito dessa última obra, pois a BBC teve o trabalho primoroso de dar vida as palavras muito bem escritas de Bernard Cornwell.

1 Comentário:

Armando Teixeira Junior disse...

Vai ter tempo de escrever assim lá na Inglaterra...20 livros só sobre a colonização da Índia ???

rs....

Boa indicação , lembrei que estou com um livro dele aqui não iniciado....rs

vou tentar sem a pretensão de ler todos....rs

 
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