terça-feira, setembro 22, 2009

O Escafandro e a Borboleta (2007)



Depois de alguns dias dedicado a projetos diferentes, me animei a escrever antecipadamente o texto dessa semana no LTBML. Não que seja com uma antecedência gigante, mas está valendo.

Duas semanas atrás, um domingo qualquer, sem nada melhor o que fazer, peguei um DVD que o Japa gravou para mim. Nele havia alguns filmes, dentre eles O Escafandro e a Borboleta. Reconheci o nome dos indicados ao Oscar de filme estrangeiro desse ano (ou seria ano passado??? Já que o filme é de 2007). Assisti e aqui vão minhas impressões.

Baseado no livro homônimo de Jean-Dominique Bauby, a história fala de um homem que se descobre em um hospital no litoral francês após um derrame. Desavisados poderiam assistir como uma tocante história de superação, porém é realidade. Sim, o homem é Bauby, e o livro O Escafandro e a Borboleta foi “ditado” por ele através de uma linguagem complexa que usava piscadelas para indicar letras.


Jean-Dominique era um editor de sucesso na revista Elle e sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que o paralisou completamente à exceção dos olhos e do próprio pensamento. O filme e o livro mostram a luta de Bauby para se comunicar e a adaptação do jornalista ao seu mundo escafandro.

Além de uma história tocante, o filme é muito bonito. A fotografia é caprichada, e as tomadas de câmera foram feitas de forma a substituírem a visão do personagem e darem ao expectador a sensação de partilhar a prisão de Bauby. Chega a ser incômodo não ver a cabeça de alguns personagens enquanto estes falam com o protagonista. Igualmente desesperador é tentar seguir a ladainha de letras que são repetidas seguidamente para que Jean-Dominique pisque e formule frases.

A direção de Julian Schnabel, para mim um desconhecido, acerta nas idéias para te colocar no escafandro de Bauby. Ao mesmo tempo o filme não te faz ficar triste e nem desesperado. Pode ter sido apenas impressão minha, mas as fantasias ocasionais do personagem – muito bem ilustradas pela direção – deixam no ar um quê de O Fabuloso Destinjo de Amelie Poulain. Talvez seja porque o filme é francês e os franceses façam filmes assim hoje em dia; quanto a isso melhor procurar um blog especializado em cinema francês.

De qualquer modo, de minha parte fica a indicação de um ótimo filme. Não vou contar o final, então assistam. Ele caiu muito bem com um domingo frio e de sol, no meu chalé nas montanhas. Aliás, alguém mais sensível poderia até ter chorado. Não foi o caso. Mas o fato é que a condição de Bauby levaria à tristeza, sem que, no entanto, essa condição afetasse a beleza do filme e uma alegria camuflada por estar vivo.


E para terminar, destaque para a capacidade de Mathieu Amalric de interpretar um tetraplégico, ou seja lá qual o termo médico para alguém que só move um olho. O francês manda muito bem e não é um rosto totalmente desconhecido, já tendo participado de Munich, de 2005, e de Quantum of Solace, de 2008.

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