quinta-feira, setembro 10, 2009

Os Homens que Não Amavam as Mulheres - Stieg Larsson


Os amigos internautas já devem ter percebido que me atrasei na postagem dessa semana. Peço desculpas. Alguns problemas que não vêm ao caso acabaram por causar essa demora. Mas vamoquevamo!


É o seguinte, vocês já devem ter percebido que gosto de uma literatura leve, daquele tipo que não cai em vestibular e não é tema de roda intelectual – apesar de não desgostar de alguns clássicos também. No momento estou lendo Dom Quixote novamente, após muitos anos; sendo que a primeira vez que o li foi em uma tradução/adaptação que definitivamente não é tão rica quanto o original, ou mesmo quanto boas traduções lusitanas. O caso é que estou lendo uma boa tradução, cheia de referências e tudo o mais, e com isso a leitura tem sido lenta... Aguardem o texto no futuro.


Anteriormente ao fidalgo de La Mancha li um romance policial sueco, o qual é o tema de hoje. Os Homens que Não Amavam as Mulheres, doravante chamado OHNAM. O livro faz parte de uma trilogia, a Millenium, que possui este nome em referência a uma revista fictícia na qual o personagem principal do romance trabalha como editor – além de partilhar a propriedade do veículo com uma amiga/amante/sócia.

Em igual medida a seu personagem, o autor foi ativista político e jornalista influente na sociedade sueca. Uso o verbo no passado, pois Stieg Larsson morreu em 2004, pouco depois de entregar sua trilogia às máquinas da editora que a publicaria.


Admito que o nome soe, no mínimo, estranho; algo como um romance voltado ao público homossexual. Não se engane, isso foi uma escorregadela da nossa sempre eficiente “Central Brasileira de Traduções – Seção Filmes e Livros”; a tradução literal do sueco seria algo como A Menina com a Tatuagem de Dragão.A trama toda é amarrada muito bem, além de, para um desinformado, o romance policial só se apresentar lá pela página 100. Nisso lhe restam mais de 400 páginas de belas paisagens suecas, frio, suspense inteligente, e informações tecnológicas bastante detalhadas.


Em linhas gerais, a história é essa: De cara somos apresentados a um mistério acerca de umas flores que chegam todo ano, ao longo de quarenta anos, à casa de um senhor. Fique tranqüilo, pois dali em diante a parte misteriosa de OHNAM desaparece por um tempo considerável. Lisbeth Salander, co-protagonista da trama aparece como uma jovem esquisita e anti-social que usa de artifícios tecnológicos para trabalhar (leia-se hacker – você perceberá isso imediatamente). Surge Mikael Blomkvist, proprietário e editor chefe da revista Millenium, veículo respeitado e independente, pronto para disparar verdades sobre os tubarões da economia sueca. Em um tiro mal dado, Mikael é processado por um grande investidor e tem de se afastar da revista, o que abre uma brecha para que um milionário aposentado o contrate para escrever a biografia da família.


A partir daí a coisa toda esquenta. Fatos históricos como a Segunda Guerra, a crise da década de 30, e até mesmo a bolha dos Tigres Asiáticos servem de pano de fundo para que os podres da família Vanger venham à tona. Um grande mistério atormenta o patriarca da família. Um desaparecimento. Pistas coletadas minuciosamente. Uma companheira inesperada. Uma descoberta ainda mais escabrosa do que se imaginava.


Sim, o ritmo fica alucinante em dado momento. Admito que me surpreendi. Não achava que era um romance policial quando comprei o livro, mas fiquei gratificado com o bom desenvolvimento e com a escrita cativante de Stieg Larsson. O fato de o final do mistério acontecer antes do fim do livro também foi uma agradável surpresa, visto que deixou a obra um pouco diferente da massa de romances policiais.


Não vou contar muito mais. Creio que consegui colocar uma pulga na orelha de algum de vocês. Aliás, o livro está saindo uma pechincha na maior parte das grandes livrarias. Confesso que só comprei um livro totalmente desconhecido, de um autor sueco que eu nunca ouvi falar, porque custava meros R$ 19,90 (na livraria Martins Fontes) e eu estava de bobeira na Paulista.


Estou curioso pelos outros volumes, cujos nomes são muito menos constrangedores. Já pesquisei e os títulos estão com um valor quase tão irrisório quanto o OHNAM. O que aguardará Mikael e Lisbeth em A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo do Ar?

P.S.: Acabei de ler algumas críticas e não é que o tal Larsson “tá bombando”? Pois sim! Nas listas de mais vendidos em muitos dos 35 países no qual foi publicado. E há um filme sueco que irá estrear em breve, com o primeiro volume. Como eu não ouvi falar antes disso, hein? Será que estou tão alienado assim? Putz, não vou reescrever tudo, pessoal!

2 Comentários:

Armando Teixeira Junior disse...

Bom Post...

Sei que vc se decepcionou no fundo porque comprou o livro pela capa....rs...
Não contava que o título fosse um erro de tradução e pensou que se tratava de um best seller autobiográfico para vc...

Mas no final realmente parece ser interessante...

Só uma dúvida: Morreu do que o autor ?

Falows

Jefferson disse...

Não sei de onde você tirou que a tradução do título está errada, porque colocar "Män som hatar kvinnor" no Google Translate resulta em "Os homens que odeiam as mulheres".

 
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