Texto por Luiz Romano Locali
Sempre fui um amante do jazz clássico: Ella Fitzgerald, Louis Armstrong... Mas com o tempo fui assimilando um jazz muito mais complexo, como o swing de Ellington e o bebop do sax de Charles Parker e do trompete de Dizzie Gillespie.
O prazer de ouvir um Miles Davis, um John Coltrane, um Chet Baker, só fizeram com que eu me apegasse ainda mais ao estilo brilhante que é o Jazz e todos os seus filhos.
Hoje em dia acabei por descobrir o Acid Jazz. E esse é o motivo de estarmos aqui.
O que é o Acid Jazz? Ele é uma vertente muito atual e usa desde batidas do hip-hop até elementos do funk da década de 1970, passando inclusive pelo rap. Ele é essencialmente uma música negra. Ainda tem influências do soul e logicamente do jazz sendo que, atualmente, até o samba é incorporado por alguns conjuntos. Outro ponto importante é que o som do Acid é mais vibrante e dançante.
Os temas são geralmente amorosos, mas há casos de letras com um cerne político e contestatório forte, mostrando claramente as origens no funk e hip-hop. Porém, a batida e a melodia podem preencher uma canção inteira e te fazerem sentir o jazz fluir sem precisar de uma palavra.
Admito que não levava a sério o hip-hop ou o funk (o brasileiro continuo não levando), mas conhecer o Acid Jazz está mudando minha opinião a respeito.
Para quem quiser conhecer o estilo, recomendo o álbum Schizophonic, do Us3. Mas aviso que o som não é dos mais fáceis e cativantes. Acredito que ter chegado ao Acid foi uma evolução e talvez seja sim interessante conhecer algo do clássico para se chegar a essa vertente tão moderna e atual do jazz.
Bom proveito aos “jazzeiros” de plantão.
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