domingo, novembro 05, 2006

V for Vendetta - Alan Moore



"Remember, remember, the fifth of
November, the gunpowder treason and
plot. I know of now reason why the
gunpowder treason should ever be
forgot."
5 de novembro. Em 1605, Guy Fawkes, o mais próximo de um terrorista que sua época pôde gerar, comanda um atentado contra o parlamento britânico, tentando não só colocar o prédio abaixo mas também assassinar o Rei James I. A escolha do Parlamento ingles não foi aleatória, símbolo da força política da época o que iria abaixo naquela noite seria mais do que um prédio, mas segundo a ideologia libertária de Fawkes, a queda do parlamento significava a ascensão do povo ao poder .O plano falhou e o terrorista foi julgado, torturado e enforcado como exemplo, mas as idéias são a prova de forcas também.
A HQ de Alan Moore (História) e David Lloyd (arte) lançada em 1989, parte da noite que ficou conhecida como a Fireworks Night daquele 5 de novembro, para fundamentar toda a ideologia do protagonista, o terrorista V.
Para mim o diferencial da história é exatamente o detalhe que o protagonista da graphic novel não é um herói, mas um terrorista, e apesar da empatia que temos pelo seu discurso e de acreditarmos que ele é o “mocinho” da trama, a realidade é exatamente outra.
V é um anarquista, ele quer derrubar o poder através do terrorismo e da insurreição popular caótica, nada de democracia, o lance é instaurar o caos. Seus motivos também são questionáveis uma vez que além de seu discurso político V traz abaixo da máscara de Fawkes uma vingança pessoal, ele não busca matar idéias, ele busca punir pessoas.
A nossa simpatia a causa anarquista é despertada a partir do momento que observamos o regime fascista contra o qual V luta, a liberdade é vigiada, a cultura censurada, os comandantes da nação são ditadores quase caricatos. Mas o que torna a idéia e o ideal propagados por V algo incomodo é que o governo a ser derrubado não é necessariamente o atrativo, mas a idéia de derrubá-lo sim, se analisarmos o potencial da obra como um panfleto, vemos que a nossa simpatia pela causa terrorista só reflete, na realidade, nosso descontentamento submisso com as grandes fontes de poder no mundo.
E.U.A, Coréia do Norte e mais da metade do mundo islâmico possuem regimes tão opressores, belicistas e injustos quanto a Inglaterra de V for Vendetta, e talvez por isso o triunfo final do terrorismo sobre o poder implantado seja tão edificante quando V conclui seu plano, é tudo um alivio, uma espécie de catarse que através da ficção adquire caráter de fuga da realidade.
Desculpem o post incompleto, durante a semana falarei mais sobre V, mais especificamente sobre o filme dos irmãos Wachowski .
É que existia a urgência afinal é 5 de novembro e algo deveria ser relembrado.

3 Comentários:

Anônimo disse...

da hora o post, cara.... mas considero alguns pontos com um olhar diferente.... se vc der um pulo no meu fotolog vai poder ler o que eu penso a respeito...
mas como sempre seu texto está muito bom e apresenta um ponto de vista extremamente inspirador.... dá ânsia de pensar e conhecer....
parabéns!
abraço!

Anônimo disse...

ow, esqueci de assinar... bom, vc sabe que sou eu ahhahahahaaha
Romano!

Anônimo disse...

V for vendetta é muito fooooooooda

 
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